25 de setembro de 2012

Os primeiros desenhos animados


Quem não gosta de uma boa animação para relaxar um pouco. Eu, pelo menos, gosto desse gênero que, em alta, até ganhou uma categoria no Oscar: Melhor Filme de Animação. Merecido, pois tamanha a perfeição (pelo menos, aos meus olhos) merece um reconhecimento como esse.

Quem pensa que tudo começou com Branca de Neve e os sete anões (1938) de Walt Disney se engana. Foi muito antes, praticamente, no início do século XX.

Foi o cineasta americano James Stuart Blackton, conhecido apenas como J. Stuart Blackton, pioneiro da fotografia de stop motion, quem deu o pontapé inicial no desenvolvimento de desenhos animados. A primeira tentativa foi uma animação de três minutos chamada Humorous Phases of Funny Phases (1906), desenho que mostra rostos de homens e mulheres mudando de expressão ao movimento das mãos do desenhista.

J. Stuart Blackton


Humorous Phases of Funny Phases
A técnica de stop motion começou nos EUA, mas foi desenvolvida na França pelo desenhista e animador francês Émile Cohl. Considerado o inventor do desenho animado cinematográfico, criou cem animações curtas entre 1908 e 1918.

Émile Cohl



 Fantasmagorie (1908)
Os americanos mais uma vez surpreendem. Winsor McCay, cartunista e animador, foi pioneiro da técnica do desenho animado, criando um padrão seguido mais adiante por grandes cartunistas como Walt Disney e Walter Lantz.

Winsor McCay
McCay começou com uma tira de jornal semanal com o personagem Little Nemo, publicada de 1905 a 1914 e de 1924 a 1927 nos jornais de William Randolph Hearst (lembram-se de Cidadão Kane?).

Little Nemo
Em 1914, criou a animação de quase seis minutos Gertie, o dinossauro, feita com linhas bem simples, considerado o primeiro desenho animado exibido nos cinemas e um dos marcos na história da animação.

Gertie, o dinossauro


Em 1918, McCay lançou The sinking of the Lusitania, considerado o primeiro longa-metragem de animação. O desenho trata do naufrágio do RMS Lusitania em 1915, atingido por um torpedo alemão.



E assim, de desenho em desenho, as animações foram se aprimorando, chegando às técnicas conhecidas hoje. Se não fossem por esses pioneiros, nossas salas de cinema e televisões não seriam tão animadas. Thank you.

14 de setembro de 2012

Momentos

 
 
Dr. Emmett Brown (Christopher Lloyd) e Marty McFly (Michael J. Fox). Juntos de volta para o passado para relebrar De volta para o futuro.

11 de setembro de 2012

Akira Kurosawa e Hollywood

Akira Kurosawa
Akira Kurosawa foi um diretor japonês com grande popularidade internacional, cujos filmes eram bem semelhantes aos americanos, mas fiel às tradições japonesas. Os filmes mais conhecidos de Kurosawa tinham, como protagonistas na maioria das vezes, samurais, que eram guerreiros da organização feudal do Japão.

Três dos filmes de Kurosawa foram transformados em faroestes na década de 1960, em Hollywood. Os três filmes do diretor japonês foram estrelados pelo ator chinês Toshirō Mifune, que trabalhou com Kurosawa em mais de 15 filmes.

Toshirō Mifune

Vejam, a seguir, os filmes de Kurosawa e as refilmagens americanas:

Rashomon (1950)


O filme trata do assassinato de um samurai, cuja esposa havia sido estuprada antes pelo bandido. Para isso, são chamados para testemunhar um lenhador, um sacerdote, o bandido, a mulher do samurai e a vítima (que testemunha por meio de um médium). Com isso, o filme se transforma com várias cenas de flashbacks, mostrando depoimentos diversificados das testemunhas. "Rashmon" seria o nome das ruínas de pedras onde se conta a história. O filme ganhou um Óscar Honorário de Melhor Filme em Língua Estrangeira, o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro atualmente.


Em Hollywood, virou:

The outrage (1964)


"Quatro confissões" título em português, é um filme estrelado por Paul Newman que trata do assassinato de um coronel por um bandido no final do século XIX. Mas os depoimentos das testemunhas (o bandido, a mulher do coronel, um velho índio e um prospector) se diferem.



Os sete samurais (1954)


A história se passa no século XVI, em uma aldeia de lavradores que sofria com ataques frequentes de bandidos. Cansados disso, os lavradores, por não possuírem armas nem domínio de luta, buscam ajuda de samurais (ou seja, de “profissionais”) para acabar com esses ataques.


Essa história lembra outra:

Sete homens e um destino (1960)


Em vez do Japão, a história acontece em um vilarejo de mexicanos que sofre com a onda de saques de uma gangue. Com isso, os mexicanos, que não têm armas, nem sabem lutar, contratam os “serviços” de sete pistoleiros. O filme tem estrelas como Yul Brynner, Steve McQueen, Eli Wallach, Charles Bronson, James Coburn dentre outras.



Yojimbo (1961)
Nesse filme, um samurai chega a uma cidade que sofre com a guerra entre duas gangues. Ele se aproveita da situação, aliando-se às duas gangues.


Isso não lembra outro filme?

Por um punhado de dólares (1964)

Clint Eastwood, o pistoleiro sem nome, chega a uma cidade mexicana próxima à fronteira dos EUA, onde encontra duas gangues em constante guerra. Com isso, aproveita-se da situação para ganhar “um punhado de dólares”, ora se aliando a uma gangue, ora a outra. Kurosawa chegou a dizer que esse filme “era um ótimo filme, mas é o meu filme”.

5 de setembro de 2012

Selo "Torre Eiffel"


Olá.

O blogue ganhou mais um selinho de aprovação que eu denominei de Selo Torre Eiffel, por comparar meu espaço à uma das torres mais famososas do mundo (senão, a mais). O presente foi dado pela talentosa Lê, do blogue Crítica Retrô. Eu e o blogue agradecemos muito.

A seguir, a lista de mais blogues contemplados com esse selinho (infelizmente, os homens não estão nessa lista, pois acredito que o selo é bem feminino):






O selo também é uma oportunidade para divulgar o trabalho dessas garotas geniais. Meninas, peguem seus selinhos, presenteiem e divulguem outros blogues bacanas como o de vocês.

Um abraço para todas e, mais uma vez, obrigada, Lê.

3 de setembro de 2012

Os primeiros filmes



Falei de muitos filmes, mostrei muitas fotos antigas, mas não publiquei nada sobre os primeiros filmes exibidos em público.

Quem abriu o caminho foi Thomas Alva Edison, que criou, em 1888, o cinetoscópio, ou cinetógrafo, um dispositivo com visor no qual havia um rolo de 1,5 m de filme que rodava ininterruptamente. Considerada a primeira máquina de filmar, os primeiros filmes realizados pelo aparelho eram de dançarinas, animais amestrados e de homens trabalhando.

Thomas Alva Edison
Quanto ao nascimento do cinema, tudo começou em Paris, no final do século XIX, quando Edison demonstrava o cinetoscópio, e quem ficaram fascinados com essa invenção foram os irmãos Auguste e Louis Lumière. Como os dois trabalhavam no estúdio fotográfico do pai, Antoine, em Lyon, não foi difícil criar uma máquina desse gênero ainda melhor. Em Paris, Louis começou a desenvolver o cinematógrafo, que era uma câmera com projetor, patenteado pelos irmãos em 1895.

Cartaz da apresentação do cinematógrafo dos irmãos Lumíère

Cinematógrafo

Criado o cinematógrafo, os irmãos Lumière fizeram sua primeira apresentação em público no mesmo ano da patente, em Paris. A apresentação durou 20 minutos com dez filmes gravados com o cinematógrafo imóvel.

Um dos filmes exibidos foi A saída da fábrica Lumière, em que centenas de pessoas passavam pelos portões da fábrica. Dizem que o filme foi ensaiado, pois as pessoas não olhavam para a câmera imóvel ou caminhavam na sua direção.



Outro filme apresentado pelos Lumière era O regador regado, considerado a primeira comédia. Nele, um jardineiro toma uma ducha de água provocada pela travessura de um adolescente que pisa na mangueira e depois solta.



O filme Chegada de um trem à estação é outro filme dos Lumière, em que é apresentada uma sequência de um só plano de um trem chegando à estação. Dizem que as pessoas que assistiam ao filme se protegeram sob as poltronas, pois estavam convencidos de que o trem era real.



Um dos espectadores da apresentação dos Lumière era Georges Méliès, que era ilusionista, caricaturista, inventor e mecânico; este ficou muito impressionado com o que viu. Ele aproveitou a invenção dos irmãos e, com isso, inaugurou o Théatre Robert Houdin, transformando-o em cinema.

Georges Méliès
Em 1898, Méliès, enquanto filmava uma cena de rua, o obturador de sua câmera travou; com isso, percebeu o potencial da fotografia para criar efeitos ilusórios, passando a usar truques como sobreposição e stop motion. Por isso, o francês é considerado o “pai dos efeitos especiais”; Charles Chaplin o chamou de “o alquimista da luz”; D. W. Griffith disse que “a ele, tudo devo”.


L'homme a la tête en caoutchouc (1901)
Um dos filmes realizados com esses efeitos foi O melômano (1903), em que o próprio ilusionista interpreta um músico que substitui, sucessivamente, sua cabeça, jogando uma a uma num fio telegráfico como se fossem notas musicais.

Com isso, entendemos que Thomas Edison abriu o caminho para o cinema que conhecemos hoje. Alguns estudiosos sobre o assunto consideram o trabalho dos Lumiére voltado para documentários e o de Méliès, para ficção. Os irmãos viajavam registrando o mundo, enquanto o ilusionista ficava no seu estúdio criando obras fantásticas como seu famoso Viagem à lua (1902).