30 de setembro de 2011

Cada cabeça uma sentença

Eu peguei esta imagem com meu "vizinho" Zé Luiz, de São Bernardo do Campo, com várias perucas de personagens clássicos. É bom se divertir e imaginar o personagem com ela.

16 de setembro de 2011

Casais clássicos


O que acho legal dos filmes clássicos é o número de parcerias memoráveis entre atores e atrizes como casais protagonistas em filmes e séries. Infelizmente, não vejo muito hoje em dia.
Esses atores e atrizes não se casaram na vida real, mas deixou vários trabalhos e uma marca para ficar na história dos clássicos. Separei oito casais que considero especiais, mas sei que existem ainda muitos parceiros inesquecíveis da sétima arte. Vamos lá?



Charles Farrell e Janet Gaynor
Belo casal que surgiu na era do cinema mudo (especialmente na década de 1920). O primeiro trabalho deles foi no consagrado Seventh Heaven (1927), e, no mesmo ano, o casal fez Street Angel. De lá pra cá, foram 11 filmes juntos, sendo Change of heart (1934) o último filme deles como casal.


William Powell e Myrna Loy
Na década de 1930, protagonizaram um “casal de detetives” na série The thin man. Juntos fizeram 14 filmes.


Rock Hudson e Doris Day
Famosos pelas comédias românticas adoráveis, Rock e Doris trabalharam juntos no final da década de 1950 e início da de 1960: Os filmes para a nossa prateleira são: Pillow talk (1959); Lover come back (1961); e Send me no flowers (1964).


Mickey Rooney e Judy Garland
Formaram uma tremenda dupla de cantores e dançarinos adolescentes na década de 1930, começando pela série Andy Hardy. Além da série, os musicais que protaganizaram juntos: Babes in arms (1939); Strike up the the band (1940); Babes on Broadway (1941); e Girl in crazy (1943).

Fred Astaire e Ginger Rogers
Não podia deixar de falar deles, não é? Este famoso casal protagonizou dez filmes cantando e dançando harmoniosamente, mas , na vida real, Fred e Ginger eram gato e rato. Um dos trabalhos mais famoso é Top Hat (1935) cuja música Cheek to Cheek é bem lembrada e conhecida por todos: Heaven, I’m in heaven...

Humphrey Bogart e Lauren Bacall
Aí um caso que deu casamento! Humphrey e Lauren se conheceram nas filmagens de Uma aventura na Martinica (1944) e não se desgrudaram mais. Juntos, fizeram também À beira do abismo (1946) e Paixões em fúria (1948).
Clark Gable e Jean Harlow
Clark Gable chamava Jean Harlow de “irmãzinha” e, juntos, fizeram seis filmes na década de 1930; dentre eles, Terra de paixão (1932). Jean Harlow também fez dupla com Spencer Tracy em três filmes.

Errol Flynn e Olivia de Havilland
Um casal muito bonito de se ver nas telas, principalmente em As aventuras de Robin Hood (1938), um filme dos tempos da Sessão da Tarde dos anos dourados da década de 1980. Fizeram, no total, nove filmes juntos.


Spencer Tracy e Katherine Hepburn
Acharam que não iria falar deles!  A parceria entre Spencer e Katherine dentro e fora das telas era muito intensa , um caso que durou mais de 25 anos. Eles não se casaram por ele ser extremamente católico, discordando do divórcio (ele era casado). Juntos, fizeram nove filmes; dentre eles, um que considero muito especial: Adivinhe quem vem para o jantar? (1967), o último filme de Spencer.

15 de setembro de 2011

Dia do Amigo: Jennifer Jones e Ingrid Bergman


Sei que o Dia do Amigo já passou, mas não me contive em postar esse acontecimento.


Na noite do Oscar de 1944, Jennifer Jones concorria ao Oscar de Melhor Atriz pelo filme A canção de Bernadete junto com sua amiga, Ingrid Bergman por Por quem os sinos dobram. Quem recebeu o prêmio foi Jennifer que se dirigiu à Ingrid pedindo desculpas; mas a atriz sueca respondeu: Não, Jennifer, sua Bernadete foi melhor do que a minha María".

No ano seguinte, foi Bergman que recebia o Oscar de Melhor Atriz pelo filme Gaslight das mãos de sua amiga Jennifer.
Bacana, não?

Hattie McDaniel


Desde que comecei a me interessar por cinema clássico,  tive vontade de conhecer um pouco mais sobre esta atriz americana. Ao ler um pouco sobre sua biografia, conclui que Hattie McDaniel foi uma heroína em um mundo racista. Venceu muitos obstáculos para conquistar o reconhecimento que tem hoje. Particularmente, sou uma grande admiradora dela.

Veja um pouco de sua trajetória em tópicos:

·     Hattie McDaniel era filha de um pastor batista, que lutou na Guerra Civil Americana, e de uma cantora gospel. Sua avó paterna tinha sido uma escrava na Virgína, EUA.

·     Em 1910, com 15 anos, ganhou uma medalha em um evento cristão por recitar um poema que havia escrito. Era a única negra neste evento. Foi aí que descobriu o que queria ser “quando crescer”: trabalhar com entretenimento.

·     Hattie foi uma das primeiras mulheres negras a cantar na rádio em 1925, em uma estação de rádio em Denver. Com isso, ela gravou várias canções, fazendo turnês em várias cidades americanas. A maioria das músicas ela mesma tinha escrito.


·     Com a queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929, Hattie não conseguia muito trabalho. Com isso, conseguiu emprego apenas com atendente de banheiro em uma boate para pessoas brancas em Milwaukee. Mesmo sabendo que a futura Mammy era uma boa cantora, o dono temia em deixá-la cantar. Mas um dia, ela foi convidada a cantar e se tornou uma das principais atrações da boate.

·     Em 1931, mudou-se para Los Angeles com seus irmãos para tentar conseguir algum trabalho em filmes de Hollywood. Quando não conseguia papel algum, trabalhava como empregada doméstica ou cozinheira. 

·     Um de seus irmãos trabalhava em uma rádio e fez com que sua irmã se apresentasse lá, tornando-se extremamente popular até virar uma estrela de rádio. Mas seu salário era tão baixo que ela tinha de continuar trabalhando como empregada doméstica.

·     Quando conseguia, finalmente, papeis em alguns filmes, seu nome não aparecia nos créditos na maioria deles. Em toda a sua carreira, Hattie apareceu em mais de trezentos filmes, sendo creditada em apenas oitenta deles.

·     Em vinte anos de carreira, Hattie só interpretava empregadas devido ao preconceito muito forte daquela época às atrizes negras. Um dia, ela disse o seguinte: “Por que devo reclamar enquanto ganho 700 dólares por semana sendo uma empregada nas telas? Se não fosse uma nas telas, ganharia 7 dólares por semana sendo uma de verdade”.

·     No filme Judge Priest (1934), dirigido por John Ford, Hattie interpreta seu primeiro protagonista, senão o único em toda a sua carreira.

·    Hattie sempre teve boa amizade com os atores e atrizes, entre eles: Will Rogers, Joan Crawford, Bette Davis, Henry Fonda, Ronald Reagan, Olivia de Havvilland e Clark Gable.


·     No papel de Mammy de ... E o vento levou (1939), a disputa foi muito acirrada quanto ao de Scarlett O’Hara. Até a primeira dama americana, Eleanor Roosevelt, se intrometeu, querendo que o papel fosse para sua empregada. Mas quando Hattie foi fazer o teste com a roupa de empregada, o produtor do filme, David O. Selznick, percebeu que havia encontrado a Mammy.

·     Na estreia do filme ... E o vento levou em Atlanta, por causa da pressão racista da Ku Klux Klan, ela avisou ao diretor, Victor Fleming que estava doente e que não poderia ir. Na verdade, ela estava com medo. Clark Gable, seu amigo, queria boicotar por causa de Hattie, mas, após a atriz convencê-lo do contrário, resolveu ir.

·    Na cerimônia do Oscar de 1940, foi a primeira negra a ir ao evento como convidada, não como empregada como era naquela época.


·     Ela foi a primeira negra a ganhar um Oscar em 1940 por ... E o vento levou, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. 


·         Pra quem não sabe, a personagem Mammy foi imortalizada com aquela senhora dos desenhos do Tom e Jerry que nunca aparece o rosto.

·    Durante a década de 1940, ela não recebia mais papeis em filmes e, com isso, voltou às rádios. Ganhou uma séria, Beulah, em uma rádio, fazendo com que se tornasse a primeira negra a ter a sua própria série.


·     Hattie McDaniel faleceu jovem, com 57 anos de idade, em 1952. Sua herança somava um pouco menos de dez mil dólares.

·     Quando viva, Hattie desejava ser enterrada no Cemitério de Hollywood, mas o dono daquela época recusou que uma negra fosse enterrada lá. Por isso, Hattie descansa no Cemitério Angelus Rosedale em Los Angeles. 

·     Em 1999, o novo dono do Cemitério de Hollywood - agora com novo nome, Cemitério Hollywood Forever – resolveu consertar os erros do passado, contatando a família de Hattie para que seus restos mortais fossem transferidos para lá. Mas a família recusou, pois não queria perturbar seus restos após tanto tempo. Então, o Hollywood Forever decidiu construir um memorial dedicado a Hattie McDaniel.
 
 

2 de setembro de 2011

Elia Kazan e o Oscar Honorário


A cerimônia do Oscar de 1999, na minha opinão, foi uma das mais injustas que já assisti: premiou um filme água com açúcar chamado Shakespeare apaixonado em vez do ótimo Resgate do soldado Ryan ou Elisabeth; deu a Gwyneth Paltrow  um Oscar de Melhor Atriz, esquecendo-se de Cate Blachent e da grande Fernanda Montenegro; etc.

Nesta cerimônia, um fato me chamou mais a atenção: foi a premiação com um Oscar Honorário a Elia Kazan, diretor de origem grega com ótimos trabalhos nas décadas de 1940 e 1950 especialmente. Para alguns da Academia, foi uma premiação muito injusta pelo fato de ele ter contribuído com o marcatismo, entregando nomes de possíveis comunistas, estragando com a carreira de muitos naquela época.

Quando Elia apareceu para receber a estatueta, muitos se recusaram a bater palmas e a se levantar em homenagem a ele, reconhecendo, assim, o seu “grande valor e contribuição” com Hollywood. Assim, me interessei em pesquisar mais sobre este diretor.

Kazan dirigiu filmes muito importantes nas décadas de 1940 e 1950, como já disse, tais como: A luz é para todos (1947), Um bonde chamado desejo (1951), Viva, Zapata! (1952), Sindicato de ladrões (1954), Vidas amargas (1955) dentre outros, além de ganhar dois oscars como Melhor Diretor por A luz é para todos e Sindicato de ladrões.

O diretor foi membro do Partido Comunista dos Estados Unidos e, como ex-membro, denunciou colegas de trabalho deste partido ao Comitê de Investigações de Atividades Antiamericanas, comandado pelo senador Joseph MbCarthy; por isso o nome marcatismo. Com isso, ele não era bem visto por Hollywood.

Sabendo disso, não sei se Elia Kazan achou que “cooperar” com o governo americano era a coisa certa, mas, com certeza, estragou com a vida de muita gente. Isso deixou muita gente revoltada naquela cerimônia. De qualquer modo, não vamos desmerecer o trabalho deste diretor; o meu favorito é o ótimo Sindicato de ladrões, com uma trilha sonora maravilhosa.

Elia Kazan e o Oscar Honorário de 1999